Como lidar com a ansiedade em meio ao isolamento social?

COMO LIDAR COM A ANSIEDADE EM MEIO AO ISOLAMENTO SOCIAL?

E de repente o mundo mudou!

Uma doença nova e desconhecida trouxe para o nosso cotidiano várias transformações.

 COVID-19: Uma doença respiratória provocada por um novo tipo Coronavírus, para o qual ainda não temos anticorpos, nem vacina ou remédios.

 

A principal delas: FICAR EM CASA! Sem Escola, sem APAE, sem médico, sem shopping, sem praia! Cada um na sua casa com a sua família. Esse isolamento trouxe para a rotina um impacto parecido com a sensação de uma forte chuva em meio a um lindo dia de sol.

Dias nublados se seguiram após a suspensão das atividades presenciais, pois até reorganizar uma parte da rotina, e adaptar-se ao isolamento social a ansiedade compareceu, e ainda comparece, como companhia.

A ansiedade consiste em uma sensação normal e de certa forma esperada no desenrolar das nossas vidas. São reações experimentadas cotidianamente em relação ao que vivemos. Ficar nervoso, agitado, preocupado e com medo antes de qualquer situação, muitas vezes nova ou diferente, faz parte da vida. O problema surge quando essa ansiedade se torna frequente e excessiva impedindo que a vida siga o seu curso de forma tranquila.

 

 

É importante atentar-se para a presença de alguns sintomas:

 

 

E muitas vezes, crianças e adolescentes vivenciam níveis altos de ansiedade sem conseguir exprimir isso aos responsáveis e principais cuidadores. É importante perceber, se elas estão:

  • Mais irritada e chorosa que o normal;

 

  • Tem dificuldade para pegar no sono;

 

  • Acordam mais vezes que o normal durante a noite;

 

  • Voltam a chupar o dedo ou fazer xixi nas calças;

 

  • Tem pesadelos frequentes.

 

Nesse contexto de isolamento social em meio a uma Pandemia a ausência de controle em relação ao futuro, a dificuldade em prever o que acontecerá nos próximos dias e o medo da doença contribuem para o desencadeamento de episódios críticos de ansiedade.

 

Mas, o que podemos fazer para cuidar melhor da nossa saúde mental?

 

Para os responsáveis:

– Identificar as principais situações estressantes que desencadeiam a ansiedade. Exemplos: o excesso de café, as preocupações financeiras.

 

Após essa identificação procure afastar-se desses hábitos:

  • Reduza as xícaras diárias de café, substitua por chá.
  • Coloque todos os dados financeiros na ponta do lápis, mude as datas de pagamento se necessário, defina prioridades.

 

– Tire um momento para relaxar, ainda que o dia-a-dia seja intenso com os cuidados dispensados a família, encontre uma atividade interessante e separe um momento tranquilo para realizá-la: ler, ouvir música, tocar um instrumento, ver novela/filme.

 

– Aprenda a controlar a respiração! Em momentos de crise regular a respiração contribui para amenizar os sintomas negativos da ansiedade

Pratique esse exercício de respiração!

 

– Reduza o consumo de informações acerca da Pandemia! Escolha apenas uma fonte de notícias para manter-se informado e limite o tempo de exposição aos noticiários.

 

– Mantenha a atenção no presente!

 

Pode parecer difícil, eu sei! Mas, nesse momento é importante vivermos um dia após o outro, com calma e cautela! Resolvendo os problemas na medida em que eles surgem.

 

Para crianças e adolescentes:

– Não ignore a sensação de medo apresentada, por mais inusitado que pareça!

Exemplo: uma criança que nunca apresentou problemas para tomar banho, e, agora diz estar com medo da água.

 

-Valide o sentimento apresentado: Peça para a criança/adolescente explicar o que está sentindo, como é sentir isso. Dê atenção ao relato produzido por elas acerca do que sentem.

 

– Mantenha-os informado acerca do que ocorre nesse período, o motivo da suspensão das aulas e de outras atividades presenciais, compartilhe as informações sobre o Covid-19 até mesmo para eles tomarem consciência dos cuidados necessários: lavar a mão, evitar o contato com outras pessoas….

 Atenção: com linguagem apropriada para cada idade!

 

– Estabeleça uma rotina, ainda que provisória, com períodos de brincadeiras e também realização de atividades pedagógicas.

Mães de crianças pequenas: Para evitar o aumento dos níveis de estresse, permita que a sua criança explore algumas brincadeiras sozinha, mantenha-se por perto, mas, deixa-a organizar-se de acordo com a própria imaginação!!!

 

– Façam atividades prazerosas em conjunto: Um bolo de chocolate bem gostoso!!!

 

– Insira a criança e o adolescente na rotina doméstica e familiar: lavar uma louça, organizar o quarto….

 

– Diminua o consumo de alimentos estimulantes: doces e refrigerantes

 

– Colabore com o relaxamento da criança:

  • Controlando a respiração: Peça a criança para puxar o ar como se estivesse cheirando uma flor

 

E soltar o ar como se estivesse soprando velas de aniversário

  • Banhos divertidos: Para além da necessidade básica de higiene, transforme esse momento em algo prazeroso para a criança.

E por fim: Seja gentil com você mesma! Diminua as cobranças excessivas. É um momento atípico, e todos, estão buscando a melhor forma de lidar com esse contexto. Se um dia não foi possível fazer a atividade da escola, tudo bem?! Amanhã sempre será um novo dia com novas oportunidades. E dentro em breve tudo isso vai passar! Até lá continuem em casa, lavando as mãos e mantendo todos os cuidados com a higiene.

Abraços apertados repletos de saudades!!!

 

Júlia Carvalho dos Santos (CRP 16/4810)
Psicóloga Clínica da APAE/Aracruz-ES
Mestre em Psicologia Institucional-UFES
Pós- graduanda em Neuropsicologia-IPOG/Vitória

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